Hospital de Clínicas oferece atividades terapêuticas em espaços públicos de Belém
Como técnica terapêutica para diminuir o isolamento social e melhorar a autoestima dos pacientes psiquiátricos, o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), em Belém, por meio do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde Mental, realizou atividades externas no mês de março. A iniciativa faz parte do projeto de pesquisa institucional “Resgate do Ser”, realizado em parceria com a Universidade do Estado do Pará (Uepa), que tem como objetivo melhorar a interação social dos pacientes.
Um grupo de pacientes, acompanhados de familiares e da equipe multiprofissional do HC, teve um momento de diversão e relaxamento no Cine Líbero Luxardo, que funciona no Centur. A atividade foi novidade para alguns, que foram a um cinema pela primeira vez. “Foi uma atividade muito boa para os pacientes, para a gente que chegou até aqui. Foi ótimo! Eu gostei da experiência. É a primeira vez que vamos ao cinema”, contou Ivanda Margalho, mãe de uma paciente.
Além do cinema, os pacientes praticaram atividade física na Praça do Arame, no bairro da Pedreira. O espaço, que fica em frente ao Hospital, foi entregue recentemente pelo governo do Estado, totalmente reconstruído.
Terapia ao ar livre, em uma praça de BelémFoto: Ascom / HC
“Essas atividades são de extrema importância para os nossos pacientes. Eles podem se beneficiar conversando entre si, realizando interação social”, ressaltou Rômulo Teixeira, educador físico do Setor Psiquiátrico.
Sociabilidade – O coordenador do projeto, enfermeiro Mario Antônio Vieira, disse que atividades como estas promovem o cuidado com a saúde mental para além dos muros do Hospital, o que estimula sociabilidade, convivência, organização coletiva, tolerância e expressão e simbolização das manifestações psíquicas dos pacientes. “As atividades que realizamos ajudam na autoestima dos pacientes, assim como proporcionam bem-estar físico e mental através de vivências interpessoais, em ambientes externos”, complementou.
O psicólogo Rubens Diódoro destacou a relevância desse tipo de ação, que favorece a inclusão social. “Esse tipo de ação visa facilitar com que o paciente psiquiátrico, não raramente estigmatizado, circule e desfrute dos espaços públicos da cidade. Não se esgota em seu núcleo terapêutico, haja vista que facilita a inclusão social dos pacientes internados”, acrescentou.
Foto: ASCOM/HC Residência Multiprofissional
O Projeto Resgate do Ser foi criado a partir de estudos realizados por residentes do grupo de pesquisa Saúde Mental Contemporânea e suas Implicações na Saúde, com o objetivo de favorecer a melhoria na interação social, contribuindo para a adequada modulação da autoestima e autoimagem, prejudicada pela exclusão e estigmatização durante o processo de internação, bem como proporcionar bem-estar físico e mental por meio das vivências interpessoais em pontos turísticos de Belém.
Texto: Kelly Barros – ASCOM/HC